terça-feira, 22 de abril de 2014

"BookCrossing Blogueiro 2014"

Foto retirada do Blog "Luz de Luma, yes party!"
 
 
"O BookCrossing Blogueiro foi inspirado no BookCrossing - um movimento que acontece fora do mundo virtual – e nada mais é do que o acto de “libertar” um livro com a finalidade de difundir o hábito da leitura. E nós que adoramos ler, sabemos que um livro fechado na estante tem o mesmo valor de páginas em branco. Para valer, ele precisa ser usado e apreciado!"

Segundo as palavras da criadora do evento no Brasil, Luma Rosa
 
 
 



Desta vez eu vou libertar:
 
 
 
Usarei o selo abaixo colado na contracapa do livro:
 
 

sábado, 19 de abril de 2014

A maldade humana - O caso do menino Bernardo

Foto retiradada internet
 
A morte do menino Bernardo Uglione Boldrini de 11 anos, tem me deixado reflexiva sobre as motivações humanas para a prática do mal. Tenho pensado em como nós seres humanos sofremos mutações ao longo dos anos. Mudamos a nossa essência primitiva e nos fragmentamos em diferentes e multiplas formas de ser, umas boas e outras nem tanto. Vou me deter a falar sobre o que poderia nos motivar a praticar o mal, a parte “ruim” que habita dentro de nós.
 
O nosso senso de certo e errado.
 
Sabemos que a nossa capacidade humana de distinguir o que é certo e errado é algo que pode ser aprendido e desenvolvido; porém os mais recentes estudos no cérebro, revelaram que o comportamento humano e a noção sobre o que é certo e errado, já nasce com a gente; ou seja, a espécie humana sofreu uma mutação natural e já vem com as informações sobre o senso moral no DNA. Contudo, não podemos deixar de considerar que o meio cultural em que estamos inseridos tem uma enorme influência sobre o nosso comportamento e decisões; assim não devemos confundir a nossa capacidade inata de distinguir o certo e o errado, com a decisão que tomamos de agir correta ou incorretamente. Então já que nascemos com o sendo moral de certo e errado, por que algumas pessoas decidem praticar o mal em detrimento do bem?
 
A ausência do bem pode estimular a prática do mal?
 
“O mal é a ausência do bem”. Essa frase sempre ecoou em minha mente, e já foi base de muitas conversas inteligentes em grupos de estudos.  Então supostamente a prática do mal acontece porque não exercemos a nossa nata capacidade de senso moral, do certo e errado? De uma maneira simples pode-se dizer que sim, mas a questão pode ser melhor aprofundada no momento em que paramos para pensar sobre as escolhas que fazemos. Quando decidimos fazer o bem, estamos escolhendo um caminho em detrimento do outro, e o contrário é verdadeiro. Voltando ao caso do pequeno Bernardo, os seus assassinos claramente escolheram fazer o mal àquela criança, e abriram mão da escolha de praticar o bem a ela, recusando de dar carinho, atenção e amor; ações básicas e necessárias para o desenvolvimento saudável de uma criança. O que poderia ter levado aqueles pais a escolher a má ação? Provavelmente seus interesses egocêntricos; a necessidade de atender unicamente a si mesmo foi o que importou. Pessoas extremamente individualistas focam apenas em si; perderam o que eu chamo de “estar consciente do outro e de si na vida”.
 
A presença da consciência faz a diferença em nossas ações.
 
Antes de tudo é importante ressaltar a diferença entre estar consciente e ser consciente. O primeiro faz uso da razão; é a nossa capacidade de pensar e entender o que vivemos ou pensamos. O segundo é uma maneira de ser, de estar no mundo; está relacionado a maneira como levamos a vida, e principalmente é a nossa maneira de estabelecer vínculos com as outras pessoas. Gosto de um termo que aprendi ainda na universidade: “A consciência transita entre a razão e a sensibilidade”. Então poderíamos dizer que a prática do mal é também a ausência da consciência? É claro que em apenas uma palavra não é possível explicar essa cruel, profunda e intrigante manifestação do ser humano; mas posso sim dizer que a ausência dela não gera bons frutos, pois o contrário, o estar consciente nos permite cuidar e amar os outros seres.
 
Mente doentia, a psicopatia.
 
Os casos de crimes frios e premeditados como o do menino Bernardo, me faz lembrar das perturbadas mentes psicopatas, as quais são destituídas de consciência. Na Classificação Internacional de Doenças, a psicopatia é denominada de “Transtorno de Personalidade Dissocial”, e como o nome diz, indivíduos com transtono dissocial apresentam dificuldade para conviver em sociedade, pois o que prevalece são seus interesses individuais. Os psicopatas são incapazes de estabelcer vínculos verdadeiros e de se colocar no lugar do outro, e seus crimes são calculistas e visam o seu o seu próprio benefício.  Para mim, os assassinos de Bernardo são genuínos psicopatas; que agiram com crueldade e sem compaixão, ou mesmo culpa ou remorso por terem ceifado a vida de uma criança.
 
Eles estavam conscientes de seus atos, pois a psicopatia não é um estado de loucura, que deixa o indivíduo fora de si e perdido em meio a crises mentais e emocionais; eles, como todo bom psicopata, usaram a inteligência para enganar e tirar do caminho quem os incomodava.
 
O estar consciênte não impede que uma pessoa pratique o mal, ela pode ter consciência do que faz e aceitar isso como uma ação necessária e digna de ser manifestada. O ser consciente sim, nós impede por exemplo de bater num filho em um estado de estresse ou raiva; nos impede de agredir alguém fisica ou verbalmente quando discordamos do que ela diz ou faz. O ser consciente nos coloca no lugar onde devemos estar, o de Ser Humano”.